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Carnaval - Origem

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carnaval origem


Muito se tem discutido sobre a origem do carnaval. Objeto de controvérsias tanto com relação à sua primeira manifestação quanto à época em que isso ocorreu, o tema freqüentemente é atribuído a variadas passagens de tempos. Só para se ter uma idéia, há quem o situe há 10 mil anos Antes de Cristo, nos festejos rurais, quando homens, mulheres e crianças cobriam os rostos, pintavam e adornavam os corpos e se reuniam durante o verão para promoverem danças com o objetivo de afastar os demônios da má colheita ou simplesmente para comemorar o retorno do trabalho nos campos.

Há também quem credite sua origem à evolução e à sobrevivência do culto a deusa Ísis e ao touro Ápis (entre os egípcios) ou a deusa Herta (entre os teutões); aos festejos em honra de Dionísios (na Grécia); ou ainda às Saturnais Romanas (homenagem à memória do Deus Saturno, com cortejos de abertura apresentando grande carros imitando navios – os carrum navalis), às Lupercais (celebradas após às Saturnais, como uma espécie de purificação, comemorando a fecundidade), às Bacanais (celebração ao retorno do sol e o começo da primavera, durante os meses de fevereiro e março) e até mesmo às festas dos “inocentes” e dos “doidos” (na Idade Média), que após mediante sucessivos processos de deformação e abrandamento, foram apontadas como responsáveis pelo surgimento dos mais famosos carnavais dos tempos modernos, como os de Nice, Paris, Veneza, Roma, Nápoles, Florença, Colônia e Munique.

Alguns autores afirmam que o carnaval já era encontrado na Antiguidade Clássica, e até mesmo na Pré-Clássica com suas danças barulhentas, suas máscaras e licenciosidades, características que seriam mantidas até os dias atuais. Na Idade Média, a Igreja Católica, se não adotou o carnaval, o tolerou (ainda que de forma branda) com uma certa benevolência. Alguns de seus representantes foram terminantemente contra aos festejos, porém Papa Paulo II, no século XV, foi mais tolerante, e chegou até a permitir que se realizasse na Via Lata (rua fronteiriça a seu palácio) o carnaval romano, com suas corridas de cavalos, carros alegóricos, batalhas de confete, feéricas luminárias de tocos de vela (molcoletti), corrida de corcundas, lançamento de ovos e de outras manifestações populares. Porém, com o decorrer do tempo, essas “modalidades carnavalescas” entraram em declínio e o carnaval tornou-se menos violento e debochado, mas com um perfil tétrico e fúnebre. Da Alta Idade Média, ficaram os registros das célebres Danças Macabras, quando homens e mulheres desfilavam perante a Morte que ouvia, impassível, as queixas dos desfilantes e depois lhes descarregava a foice.

O carnaval do Renascimento foi marcado pelo romantismo e o lirismo. O baile de máscaras foi introduzido pelo Papa Paulo II e começou a fazer sucesso nos séculos XV e XVI, principalmente na França e na Itália. Ainda no século XIX, um baile promovido em 1884 pelo Instituto Real de Pintores e Aquarelistas ficou muito famoso em Londres. Artistas ingleses se fantasiaram com máscaras de seus gloriosos mestres do passado ou de príncipes e monarcas amigos dos artistas e brincaram de forma ordeira e pacífica. Desta forma, o carnaval passou a ser visto como uma celebração de caráter estritamente artístico, com bailes e desfiles alegóricos.

No Brasil, ao contrário do que ocorreu em outros países, o carnaval se caracterizou acima de tudo como uma manifestação do delírio coletivo, do desabafo popular e do humor ingênuo das multidões que saíam às ruas para cantar suas alegrias, como se observou durante anos nos blocos dos “sujos” e nos grupos de mascarados. Tempos depois, no entanto, o carnaval brasileiro perdeu, em parte, esse cunho popular e adquiriu um sentido grupal, aristocrático e clubístico, com bailes suntuosos e reservados apenas às classes sócias economicamente mais favorecidas.


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