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Escolas Mírins

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Tirar a garotada das ruas, ocupá-las com atividades sócio-culturais e oferecer lazer e ensino profissionalizante foram os principais objetivos que fizeram Arandir Cardoso dos Santos, o "Careca" a criar uma escola de samba mirim. A idéia de Careca, integrante de uma tradicional família de bambas do Morro da Serrinha e cria da escola de samba Império Serrano, era ocupar a meninada da comunidade com atividades durante todo o ano, injetando uma boa dose de auto-estima. Nascia então, em 1983, a Império do Futuro. A única exigência era que a garotada freqüentasse a escola e comprovasse um bom desempenho. O projeto foi aprovado em 1984 e incluído naquele ano nas programações da inauguração da Passarela do Samba.

Noel Rosa cantou a pedra: “samba não se aprende no colégio”. Numa escola comum, não mesmo! Mas se for de samba, caro Noel, essa escola ultrapassa as fronteiras de qualquer previsão humana. Ensina, sim... e muito! A semente se espalhou e deu ótimos frutos: hoje as escolas de samba mirins são uma prova concreta do que declara o Estatuto da Criança e do Adolescente. Graças aos projetos sociais e oficinas ligadas ao esporte e à indústria do carnaval, as crianças recebem assistência médica, educação, atividades físicas, orientação pedagógica e profissional, além de muito lazer.

Novas agremiações mirins surgiram e durante quatro anos os pequenos sambistas foram responsáveis pela abertura do desfile do Grupo Especial. Atualmente a apresentação da garotada acontece logo após a abertura oficial dos desfiles, na sexta-feira, quando o séqüito momesco (Rei Momo, Rainha e Princesas do carnaval e representantes das galerias das velhas guardas), pede passagem para a folia carioca. As agremiações, identificadas oficialmente como Grêmio Recreativo Cultural Escola de Samba Mirim possuem os mesmos segmentos das escolas oficiais: enredo, comissão de carnaval, samba-enredo, diretoria, comissão de frente, alas, alegorias, destaques, mestre-sala e porta-bandeira, intérprete, mestre de bateria, passistas, baianas etc.

Até 2001 o desfile dos pequenos não era submetido a julgamento. Mas no ano seguinte eles passaram por uma espécie de avaliação.

Até 2002 quem cuidava da organização do desfile dos miúdos era a Liga Independente das Escolas de Samba Mirins do Rio de Janeiro, a LIESM-RJ, fundada em 20 de maio de 1988. A presidente era Maria da Conceição Cardoso Fonseca, a “Turquinha”, fundadora da Ainda Existem Crianças da Vila Kennedy e que exercia seu terceiro mandato na Liga Mirim. Em 26 de junho de 2002 foi fundada a Associação das Escolas de Samba Mirins do Rio de Janeiro, AESM–Rio, pelo Professor Sérgio Murilo Pereira Gomes. E é esta entidade que organiza o desfile da garotada na Passarela do Samba desde o carnaval de 2003. Através da criação da AESM–Rio definiu-se que as Escolas de Samba Mirins seriam, doravante, projetos de Educação Social com política pedagógica de complemento ao ensino formal, sobretudo para jovens de 14 a 21 anos, cujo foco passará a ser a capacitação profissional, a partir dos ofícios inerentes a uma escola de samba.O produto que sai das oficinas e ateliês e vai para a Passarela do Samba é todo ele confeccionado por estes jovens.

Atualmente, 13 (treze) agremiações mirins são filiadas a Associação das Escolas de Samba Mirins do Rio de Janeiro – AESM–Rio, onde as 7 (sete) primeiras listadas são também as fundadoras da entidade: Mangueira do Amanhã, Golfinhos da Guanabara, Herdeiros da Vila, Aprendizes do Salgueiro, Petizes da Penha, Miúda da Cabuçu, Corações Unidos do CIEP, Cidade Imperial, Pimpolhos da Grande Rio, Inocentes da Caprichosos, Nova Geração do Estácio, Estrelinha da Mocidade e Tijuquinha do Borel.

A garotada entendeu o recado, leva tudo muito a sério e não faz feio na Avenida. Porém, o mais importante é saber que através dos programas sociais desenvolvidos por cada escola de samba mirim, os pequenos recebem, e aprendem, uma verdadeira aula de cidadania, dignidade e respeito. Dessa forma, incentiva-se o sambista do futuro, garantindo um futuro a esses pequenos sambistas.


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